Como consideração básica, é importante mencionar que o risco, no contexto da adaptação e resiliência climáticas, envolve a compreensão do potencial de consequências adversas resultantes de perigos relacionados ao clima. Ele é determinado pela interação de três componentes principais: perigo, exposição e vulnerabilidade. Perigo refere-se à probabilidade e à escala de um evento que tem a capacidade de danificar ou destruir um determinado ativo, como ciclones tropicais, incêndios florestais ou terremotos. A exposição envolve o grau em que os ativos, incluindo propriedades, veículos e força de trabalho, estão sujeitos a esses eventos. A vulnerabilidade é o grau em que esses ativos são suscetíveis a danos em uma determinada intensidade de um evento, influenciada por sua sensibilidade e capacidade de adaptação e considerando características específicas, como métodos de construção e materiais usados. A relação entre esses componentes é complexa e não linear, exigindo uma abordagem abrangente para avaliar e gerenciar os riscos com precisão.

A primeira etapa da análise de risco é definir o escopo da avaliação, envolvendo as unidades de negócios (BUs,da sigla em inglês business units) relevantes no processo de design. Em algumas organizações, o risco está concentrado nos ativos da empresa, o que faz com que os chefes das BUs sejam as principais partes interessadas. Para outras, como as empresas de bens de consumo embalados (CPG, da sigla em inglês consumer package goods), o risco primário é encontrado a montante na cadeia de suprimentos, tornando as equipes de compras as principais partes interessadas.

Depois de definir o escopo, reúna os dados apropriados para iniciar a análise. Isso inclui a coleta de dados geoespaciais sobre os locais em foco, incluindo os locais dos fornecedores, quando relevante, e a identificação dos perigos relevantes a serem avaliados, como incêndios, ventos e chuvas (para um exemplo, consulte o processo da Nestlé no Guia de Líderes Empresariais do WBCSD). Além disso, selecione cenários climáticos emitidos por organizações reconhecidas, como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a Agência Internacional de Energia (IAE).